sábado, 6 de setembro de 2008

O brilho é eterno?


Os grandes amores são inesquecíveis? Belo e perturbador, Brilho eterno de uma mente sem lembranças traz uma premissa instigante: uma mulher resolve apagar de sua memória o homem com quem vive. As razões? Não estava dando certo, o casal não se respeitava mais, brigavam demais. Só que ela esqueceu algo vital: ainda existia amor.

Kate Winslet [a mocinha de Titanic virou um mulherão] faz Clementine, uma garota perturbada, mas cheia de paixão e vida, em uma atuação magistral. O cara que resolve apagar é Joel, um tímido sensível, vivido por um impecável Jim Carrey. Ele também arrebenta, transformando-se de um bobalhão apático em um incansável lutador pela mulher de sua vida.

“Deletado” da vida de sua mulher [em um sinistro consultório especializado nesse aniquilamento de relações humanas], Joel resolve também passar pelo mesmo procedimento para esquecê-la. Só que, como diz o formidável título do filme, toda mente sem lembranças jamais apagará o brilho eterno de um homem e uma mulher que um dia se amaram demais.

A narrativa do filme incomoda um pouco, com indas e vindas no passado e presente, e com experiências amorosas dolorosas. Mas é um filme imperdível: para os românticos que acreditam no “brilho eterno” e para todo casal que um dia pensa que chegou ao limite.

Limite? Muitos desistem, vem a separação.

Graças que ainda resistem os valentes guerreiros que lutam por algo duro, mas tão belo, chamado “uma segunda chance”.

Amores verdadeiros nunca desaparecem.

*Posto abaixo o clipe do filme, com a maravilhosa canção tema, "Everybody's Got To Learn Sometime", em versão do Beck.

Irresistível


(ou como uma menina-mulher maravilhosa e um cara extraordinário resgatam a beleza de sermos nós mesmos)

Júlia Roberts já pode se aposentar, tranquila com uma legítima sucessora. Impossível não ser cativado e ficar feito bobalhão seduzido quando surge na telona a encantadora Jennifer Garner. Cada gesto, fala, olhar, ação e sorriso dela nos envolvem completamente. Fazia tempo que não surgia em Hollywood alguém tão doce, divertida, carismática e bela como ela. Seu charme e magnetismo fazem valer cada cena em que toma conta na comédia romântica “De repente 30”.

Estrela de mais um batido e bonitinho conto de fadas moderno? Não, o filme é obrigatório para qualquer um que um dia teve saudade dos valores mais puros e verdadeiros da infância [por que muitos se esquecem dos eternos anos incríveis?]. Conta a história de uma menina de 13 anos que, cansada de ser sacaneada pelas meninas “mais descoladas” da escola, sonha em acordar e já ter 30 anos. Ela consegue. De repente é uma linda mulher de 30 anos, editora bem-sucedida de uma revista de moda.

Sonho realizado de fama, sucesso e um ótimo salário? Não quando descobre que se tornou uma poderosa fútil, egoísta, vazia e impiedosa.

Como vai resgatar o que a vida lhe tirou de inocência e beleza? Sendo ainda por dentro aquela menina especial de 13 anos.

Você já viu isso antes, com o ótimo “Big, Quero ser grande”. Mas, Tom Hanks que me perdoe, “De repente 30” parece ainda mais irresistível. Por Jennifer. E também por Mark Ruffalo, que faz no filme o ex-amigo gordinho da menina apaixonado por ela na infância. O personagem de Mark aos 30 anos torna-se um fotógrafo sensível e batalhador [vive longe das vaidades e vazio do mundo da moda] e, claro, ajudará sua antiga paixão infanto-juvenil. Por que o cara também faz valer o ingresso? Porque o personagem de Mark Ruffalo é aquele típico boa praça que a gente faz tudo para ser amigo dele e casá-lo com nossa irmã. E tá, meninas, o cara ainda é daquela espécie em extinção: bonitão sincero, romântico, roqueiro de bom gosto e amigo fiel; parece o Zé...

Filme fundamental para botar o astral lá em cima e lembrar de quão especial e verdadeiro já fomos nos tempos em que éramos iguais aos nossos sonhos de moleque ou menina.

PS - Se você era moleque nos anos 80, vai pirar com a deliciosa trilha-sonora da época.